“Terra muito boa”: pH corrigido vira diferencial nos negócios

O anúncio no Instagram chama a atenção. O perfil destinado à compra e venda de fazendas destaca que o imóvel apresenta “terra muito boa” e pH corrigido.

Esse diferencial tem sido cada vez mais citado nas negociações envolvendo propriedades rurais. Isso sinaliza que a preservação da qualidade do solo influencia não apenas na quantidade colhida, mas também na avaliação e na valorização do imóvel.

A virtude da propriedade de 45 alqueires – sendo 36 deles plantado – anunciada na região de Marília aponta para uma tendência não apenas regional, mas nacional. O preço das terras voltadas ao agronegócio teve um acréscimo médio de 10,7% no Brasil, em apenas um ano. Estudo da consultoria IHS Markit aponta que o hectare beira R$ 26,1 mil esse ano, ante R$ 23,6 mil no ano passado.

A valorização não se restringe à negociação definitiva. Mesmo o valor pago no arrendamento apresentou alta.

Inflação afeta negócios

Espaços rurais próximos de municípios com boa infraestrutura tiveram elevação superior aos 10%. Isso ocorre, por exemplo, nas regiões Sudeste e Sul.  O negócio se mostra rentável mesmo quando a valorização ao longo do tempo é mais conservadora – justamente porque o preço do hectare já começa em patamares elevados.

Ao mesmo tempo, especialistas apontam que parte dos investidores viu nos imóveis, incluindo os rurais, um “porto seguro” em tempos de inflação alta.

Erosão ameaça patrimônio

A qualidade do solo envolve a aplicação dos corretivos. O uso de calcário garante não apenas um bom rendimento na produtividade. A aplicação, com acompanhamento técnico e aliada a outras práticas agronômicas, evita a erosão.

O fenômeno da erosão afeta um em cada 3 hectares no estado. A quantidade de terras cultiváveis diminui, mas é um desafio que tem alternativa – clique aqui e veja a postagem que fizemos sobre o tema.

Reportagem do Canal Rural mostrou o comportamento do mercado. O estudo foi desenvolvido pelo pesquisador Ricardo Harbs, dentro do Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada da Esalq/USP. Harbs avaliou perto de 25 anos de movimentações nos preços de terras agrícolas dos estados brasileiros.

Esses espaços se valorizaram, ou não, em função de características, como a distância de grandes centros de compra, a proximidade com portos e sua influência na logística. A destinação da terra também pesa – assista à entrevista de Harbs.

Técnica para solos tropicais

As práticas de manejo de solo, após a análise do solo, são importantes nesse processo, diz o presidente do Sindicato da Indústria de Calcário do Estado de São Paulo (Sindical), João Bellato Júnior, que dirige também a Associação Brasileira dos Produtores de Calcário.

“Hoje o Estado de São Paulo bem como todo o Brasil desenvolveu uma agricultura de solos tropicais baseada principalmente na correção do solo, daí a suma importância de realizarmos adequadamente a calagem”, declara Bellato na seção “Palavra do Presidente” – veja aqui o artigo na íntegra.

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