Indústria de calcário paulista trabalha à noite para atender usinas

A indústria de calcário paulista está ampliando a jornada de operação para que possa atender ao mercado do agronegócio no estado. A pressão do câmbio nos preços dos insumos agrícolas explica parte do cenário.

Com isso, há registro de indústrias de calcário funcionando até no período noturno para atender as usinas canavieiras. No mercado internacional, as cotações futuras de commodities têm gerado boa expectativa, ampliando as perspectivas positivas.

Os empresários paulistas do setor vivem entre o otimismo e a realidade. A calagem, que é o processo de correção da acidez do solo, volta a ganhar força. Porém, os custos seguem pressionando a operação das empresas, em itens como os combustíveis, energia elétrica e equipamentos.

“Ainda estamos apurando os números, mas notamos no Estado de São Paulo o incremento de vendas de calcário às usinas”, conta João Bellato Júnior, presidente do Sindicato das Indústrias de Calcário e Derivados para Uso Agrícola do Estado de São Paulo (Sindical).

“Prevíamos um crescimento, mas a forma como ocorreu foi muito rápida”, diz Bellato, que também preside a associação nacional do setor, a Abracal.

“Trabalho dia e noite”

A estimativa no início de ano era de ampliação no consumo de calcário entre 8 e 10% no estado. “Atualmente, muitas indústrias ligadas ao Sindical estão em ritmo de trabalho ´dia e noite´, e mesmo assim não estão dando conta da demanda sem que haja uma pequena fila”, relata o presidente do sindicato patronal.

A corrida se explica, em grande parte, pela alta nos custos para o agricultor. “Os preços nominais dos fertilizantes subiram muito e alguns agricultores estão fazendo a calagem de forma correta”, cita Bellato.

A pressão do câmbio sobre os fertilizantes – feitos, em grande parte, com material importado – pesa na planilha do agronegócio paulista. A aplicação de calcário deixa o solo preparado para absorver melhor o fertilizante.

O Sindical tem reforçado esse processo junto aos produtores rurais, que deve ser feito sempre com ajuda de um engenheiro agrônomo. A interpretação dos resultados da análise de solo por esse profissional apontará as quantidades necessárias de calcário por hectare.

Perspectiva otimista

Com o câmbio insistindo em se manter elevado, a própria Abracal citou a questão dos fertilizantes em uma recente postagem – veja aqui.

No caso específico de São Paulo, o Sindical também destaca a importância de um solo manejado diante das ocorrências climáticas dos últimos meses, como geadas e chuvas irregulares – veja aqui.

As queimadas são outro risco, neste período de incertezas nas precipitações – veja aqui.

Esse cenário pede planejamento no manejo de solo, o que ampliaria a lucratividade do agricultor. O planejamento para a próxima temporada nos canaviais da região Centro-Sul do Brasil começou positivo, segundo a consultoria Itaú BBA. A elevação dos preços em Nova Iorque e a valorização do dólar frente ao real geram o otimismo.

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