São Paulo em alerta: geadas e chuvas preocupam
O agricultor deve estar atento às ocorrências climáticas no estado de São Paulo. A interrupção de cenários traçados em anos anteriores, como o histórico de geadas, ou a má distribuição de eventos, como no volume das chuvas, levam a ampliar os cuidados com as culturas.
Em vários pontos do estado, os dados apontam para a necessidade de um acompanhamento mais criterioso do clima. Na região de Itapetininga, onde há cultivo de trigo, a temperatura voltou a subir após geadas. A umidade do solo deve continuar baixa, o que pode limitar a colheita do trigo.
Porém, a Conab alerta que o estado pode ter geadas nas áreas de trigo e milho.
Já a região de Ribeirão Preto, de produção intensiva de cana-de-açúcar, a precipitação abaixo da média manteve a umidade do solo baixa, o que limitou o potencial produtivo. A região sofreu com as três ondas de frio registradas no período.
Meteorologia de olho
Para Mozar de Araújo Salvador, meteorologista e do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o primeiro semestre foi difícil para os estados do Sul e Sudeste. Das três geadas, duas foram intensas.
O cenário dos recursos hídricos também apresentou variações que dificultam a vida do agricultor. “Os estados concentrados na bacia do rio Paraná tiveram um primeiro semestre que ficou entre moderadamente seco a extremamente seco. Houve falta ou irregularidade na quantidade de chuvas”, disse.
A fala ocorreu durante palestra no 14º Congresso Nacional da Bioenergia, organizado pela UDOP (União Nacional da Bioenergia). Houve redução de até 50% no volume de chuvas em algumas áreas do Centro-Sul brasileiro, ante a média histórica. Até novembro, a estimativa é de precipitações abaixo da média.
Efeitos no solo
Os registros de eventos climáticos extremos reforçam a necessidade de pH equilibrado na terra utilizada nas culturas. A avaliação é do engenheiro agrônomo e especialista em solos Jairo Hanasiro.
“Solos corrigidos propiciam uma maior produção de massa vegetal e raízes, elevam a atividade microbiana e se tornam mais estruturados, possuindo uma maior capacidade de infiltração e retenção de água. Isto fortalece, entre outros, a alimentação dos lençóis freáticos, contribuindo para um manejo mais sustentável da água”, diz Hanasiro.
Os bons preços no mercado motivam o setor. O Índice de Confiança do Agronegócio (IC-Agro) do segundo trimestre do ano ficou em 119,9 pontos, alta de 2,4 pontos em relação ao trimestre anterior. Na prática, houve um alinhamento dos ânimos na cadeia produtiva, segundo o indicador medido pela Federação das Indústrias do Estado (Fiesp) e a empresa CropLife Brasil.
O Sindical distribui aos associados dados detalhados do IC-Agro.