Recuo no uso de insumos agrícolas ameaça produtividade em São Paulo

O estado de São Paulo tem apresentado resultados positivos na exportação de produtos do agronegócio. Porém, o agricultor não pode se descuidar. Deixar de fazer, por exemplo, a correção da acidez de solo ameaça reduzir o volume total colhido.

Dados preliminares de consumo de calcário agrícola apontam um recuo próximo de 9% no ano passado, em São Paulo. Isso ocorre após uma série histórica de evolução iniciada em 2014 nas terras paulistas.

Presidente do Sindicato das Indústrias de Calcário Agrícola do Estado de São Paulo (Sindical), João Bellato Júnior alerta para a questão. Ele usa como exemplo a cana-de-açúcar, segmento que é um dos três principais clientes das indústrias paulistas. O debate sobre custos tem se ampliado no setor.

“A cana apresentou preços estáveis ao longo do ano passado. Porém, grande parte dos insumos, principalmente os equipamentos, teve uma redução nos custos. Assim, creio que a lucratividade do produtor foi maior”, afirma Bellato.

Em 2014, o estado de São Paulo aplicava 3,8 milhões de toneladas de calcário, iniciando o período de alta. O consumo paulista atingiu 5,5 milhões de toneladas em 2022. Porém, no ano passado, deve se aproximar de 5,05 milhões.

Frete mais barato

Os produtores devem aproveitar oportunidades na compra de insumos, como o frete mais em conta nos 3 meses iniciais do ano – o consumo de calcário no estado sempre aumenta a partir de abril. “O planejamento do plantio é importante”, afirma Bellato.

Em grande parte do Brasil, incluindo São Paulo, o plantio tem restrições em decorrência da presença natural no solo de alumínio tóxico. Assim, a terra fica ácida, comprometendo a produtividade.

Uma alternativa técnica é a calagem. O procedimento inclui a realização de análise de solo, seguida da aplicação do calcário.

Porém, ainda há muito a ser feito. Recente estudo da Secretaria de Agricultura de São Paulo mostrou que apenas 46,7% das propriedades no estado realizam análise de solo e 32,87%, adotam a calagem.

“Mesmo em condições normais, o consumo no estado sempre está pelo menos 30% abaixo do que seria necessário”, estima Bellato. Sem calagem, a produtividade na área plantada tende a cair.

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