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Calcário pode ampliar consumo com novo cenário

O produtor rural paulista ainda não atentou para a importância da correção do solo. Costuma aplicar adubo sem fazer antes a calagem – processo que gera a correção da acidez natural do solo no estado. Assim, acaba perdendo dinheiro, já que o adubo reagiria de maneira mais eficaz em uma terra corrigida.

As estatísticas de consumo em janeiro explicam esse cenário, ao lado da indefinição gerada pela crise político-econômica do país. Em 2014, o mês de janeiro apresentou consumo de 221 mil toneladas de calcário no agronegócio paulista. No comparativo com janeiro de 2016, o consumo recuou 14,4% – na casa de 189 mil toneladas.

O último dado divulgado pelo Sindicato das Indústrias de Calcário e Derivados para Uso Agrícola do Estado de São Paulo (Sindical) foi bastante impactado pelo mercado de cana-de-açúcar. Ao lado da laranja, a cana surge como principal consumidor do corretivo no agronegócio paulista.

“Começa a aparecer um novo cenário, no qual parte das usinas devolve terras aos fornecedores. Esses fornecedores não irão plantar cana novamente, pois dificilmente terão a quem vender”, conta João Bellato Júnior, presidente do Sindical.

Para ele, agricultores nessa situação estão se preparando para voltar ao mercado de grãos. “De forma fracionada, teremos um incremento no consumo do calcário, vindo dos produtores que trocaram o tipo de cultura em suas terras”, avalia Bellato.

O balanço anual aponta um recuo de 11% no volume consumido em São Paulo, comparando os anos “cheios”. A aplicação atingiu 3,7 milhões de toneladas entre janeiro e dezembro de 2014, e no ano passado baixou para 3,3 milhões.

Bellato diz que esse quadro ampliará a importância no processo de órgãos públicos ligados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, como a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), Casas da Agricultura, e Escritórios de Desenvolvimento Rural.

A acidez é característica do solo em grande parte do país, incluindo São Paulo. Com medo de perder produtividade, o produtor busca saída no adubo.

Porém, os técnicos pregam que, inicialmente, a terra seja calcariada, e depois receba o fertilizante. Os resultados são melhores, além do fato de o adubo ter seu preço atrelado ao dólar – cuja elevação ficou próxima de 49% ao longo de 2015. O calcário é produto nacional.

“Nossas associadas estão preparadas para orientar o produtor, indicando profissionais que façam uma análise de solo, que é o início do processo”, diz Bellato.

A análise apontará a forma de proceder na calagem, prática cuja função é ajustar o pH do solo para que o aproveitamento dos fertilizantes seja maior. A correção também fornece os nutrientes cálcio e magnésio.  

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