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Cenário de incerteza derruba consumo de calcário em São Paulo

O consumo de calcário na agricultura paulista apresentou novo recuo esse ano. O cenário de incerteza nas áreas política e econômica impacta negativamente a perspectiva do produtor rural do estado.

A conclusão vem dos números apresentados pelo Sindicato da Indústria do Calcário Agrícola do Estado de São Paulo (Sindical). O sindicato apurou recuo que beira os 13% no consumo, vendas e produção do calcário.

Porém, a perda é mais ampla para a economia paulista, já que, sem calcário, a produtividade do campo apresenta queda.

Os dados de 2015 mais recentes se referem ao período de janeiro a julho. Em sete meses, as empresas associadas ao Sindical apresentaram volume de negócios na faixa de 1,236 milhão de toneladas, ante 1,415 milhão de toneladas entre janeiro e julho do ano passado. O recuo nas vendas ficou em 8,9%.

Na comparação mensal, o cenário se mostra mais claro. Julho desse ano apresentou consumo aparente de 249 mil toneladas, sendo que, no mesmo mês do ano passado, as indústrias paulistas geraram 297 mil toneladas. Somente em um dos sete meses pesquisados o resultado mensal de 2015 superou o do ano passado.

Na estatística anual, o recuo bate 12,6%. O agronegócio paulista aplicou 1,682 milhão de toneladas de calcário esse ano ante 1,926 milhão do ano anterior.

São Paulo tem como principais consumidores de calcário os segmentos sucroalcooleiro e da citricultura. Nem um pequeno aquecimento nesses setores anima a indústria de calcário, já que os custos surgem como outro fator contrário aos números positivos. Combustível e energia elétrica, que pesam na planilha de custo da indústria de calcário, apresentaram alta considerável de preços nos últimos meses, afetando o caixa das empresas.

“Os resultados estatísticos são reflexo do momento político. A economia não estaria desta forma se não houvesse uma crise de confiança política”, comenta o presidente do Sindical, João Bellato Júnior.

No estado de São Paulo predominam os solos ácidos. Na prática, um solo ácido é considerado fraco, que não responde a aplicação de adubos.

A tradução é de perda também para o agricultor, mesmo quando ele reduz investimentos e deixa de corrigir o solo – prática feita com calcário. Técnicos dizem que não adianta adubar as plantas em solo ácido.

A ação inicial necessária é fazer a correção do solo, já que a produtividade em terras ácidas se mostra bastante reduzida. Para isso, a melhor alternativa é o produtor buscar ajuda técnica.

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