Cana puxa alta de consumo do calcário na agricultura paulista
O consumo de calcário agrícola no estado de São Paulo apresentou uma alta de 30,7% no ano passado, quando comparado a 2015. A elevação animou a indústria de calcário. Ao mesmo tempo, sinalizou que práticas de cultivo no campo estão sendo aprimoradas.
A avaliação é do presidente do Sindicato das Indústrias de Calcário e Derivados para Uso Agrícola do Estado de São Paulo (Sindical), João Bellato Júnior. A aplicação do corretivo apresentou elevação notadamente em função do consumo nos canaviais.
Porém, o líder da indústria paulista do calcário avalia que a calagem precisa de maior divulgação e incentivo. “Ainda estamos muito abaixo do ideal necessário ao solo paulista”, disse Bellato.
Ao lado da citricultura, o setor sucroalcooleiro é o principal consumidor de corretivos no Estado. O calcário é o item mais barato e eficiente na hora de fazer a calagem, que é a redução da acidez do solo. Além disso, o solo corrigido amplia os resultados da adubação, cujos custos são bastante altos para o produtor rural.
O consumo paulista superou 4,3 milhões de toneladas de calcário em 2016. No ano anterior, havia sido de 3,3 milhões.
Em 2016, a indústria paulista foi responsável pelo fornecimento de 3,2 milhões de toneladas do total consumido. No ano anterior, produziu 2,4 milhões.
Para o presidente do Sindical, a acidez natural do solo paulista exige um olhar atento do produtor. “A calagem foi deixada de lado, o que afetou não somente o resultado da colheita como também o solo para as plantações seguintes”, afirmou Bellato. “A alta no consumo representa uma retomada das boas práticas”.
Associadas do Sindical recomendam acompanhamento técnico permanente das áreas de cultivo. A análise de solo e posterior adoção das medidas citadas por especialistas entram na agenda. O resultado vem com plantas que apresentam raízes de melhor qualidade.
No mês a mês, o consumo de calcário apresenta uma tendência de redução no início e final do ano. A partir de abril, o agricultor já busca o produto para aplicação. No ano passado, agosto apresentou o principal período de consumo, com 674 mil toneladas – bem acima das 414 mil toneladas de outubro, o principal mês de 2015 no quesito.
“Historicamente, um ano de salto elevado é seguido de outro período positivo, mas em menor escala. Assim deve ser 2017”, previu Bellato.
Consumo aparente de calcário no estado de SP
Ano de 2015 – 3.298.683,61
Ano de 2016 – 4.312.243,60
Alta de 30,7%
Venda de calcário no estado de SP
Ano de 2015 – 2.424.883.95
Ano de 2016 – 3.169.958,55
Produção de calcário no estado de SP
Ano de 2015 – 2.485.748,54
Ano de 2016 – 3.249.524,51