Uso de fertilizantes é retomado, e reforça importância de o calcário vir antes
O uso de fertilizantes na agricultura brasileira está dando sinais de retomada, após um período de alta de preços. Os números mais recentes mostram em maio passado um recuo de 36% no custo do produto, na comparação com o mesmo mês de 2022. Porém, o agricultor deve manter-se alerta, já que o preço ainda segue elevado.
Uma das alternativas para esse cenário é fazer a correção da acidez do solo com calcário, antes de aplicar o fertilizante. O custo do calcário segue bastante competitivo. Além disso, tecnicamente, o fertilizante renderá mais na terra após a reação do calcário.
O Painel de Dados da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) aponta que, em maio, o preço da tonelada de fertilizante chegou a R$ 2.255,00 para o agricultor paulista. O dado é para a formulação 04-14-08. A queda no preço foi de 9,8%, na comparação com abril desse ano. Em 12 meses, o recuo ficou em 36,8%.
Em nível nacional, as entregas de fertilizantes ao mercado sinalizam estabilidade, após vários meses de queda. A alta de preços no mercado internacional e a variação cambial afetaram a compra e a aplicação do produto na lavoura brasileira.
A Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda) aponta que, no primeiro trimestre deste ano, foram entregues 8,5 milhões de toneladas no país, com pequena queda de 1,2% em relação ao mesmo período de 2022.
O estado de Mato Grosso concentra maior volume no período, ficando com 25% do total entregue no país. A seguir, no ranking, aparecem Goiás, Paraná, Minas Gerais e São Paulo – que consumiu 768 mil toneladas no trimestre inicial do ano.
Adubo rende menos com acidez
Em podcast organizado pela Abracal e Sindical, o presidente das duas entidades, João Bellato Júnior, e o engenheiro-agrônomo Jairo Hanasiro reforçam a importância tanto do calcário como do fertilizante, na busca pela melhoria da qualidade da terra. A operação deve ter acompanhamento técnico.
A questão econômica reforça o uso do calcário na fase inicial. “Calcário é em real, fertilizante é em dólar. Aplicar calcário, um produto nacional, melhora o resultado do fertilizante, que é importado”, diz Hanasiro. Adubação em solo ácido é desperdício, lembram Bellato e Hanasiro.
Confira nos trechos a partir de 14min58seg e 16min43seg.