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Saiba os riscos de aplicar gesso sem usar calcário

 

Sindical assembleia 059

João Bellato Júnior disse que é preciso ter muito cuidado no uso do gesso agrícola em função de sua toxicidade
Foto: Divulgação 

De tempos em tempos, o mercado do agronegócio recebe informações sobre produtos que ajudam no ganho de produtividade. Ultimamente, surgiram comentários a respeito do gesso agrícola e suas consequências quando aplicado na lavoura.

Porém, o Sindicato das Indústrias do Calcário e Derivados para Uso Agrícola do Estado de São Paulo (Sindical) alerta que o gesso não é um corretivo. Seu uso deve ocorrer sempre depois da correção da acidez do solo, o que se dá com a aplicação do calcário.

Do contrário, o produtor corre riscos tanto de perdas financeiras como no comprometimento da qualidade de suas terras, o que afetará o resultado das futuras safras.

O gesso agrícola é um subproduto originado do processo químico ao qual é submetida a rocha fosfática para a extração do fósforo, que consta da composição de alguns tipos de adubos. No final da década de 1980, havia uma enorme quantidade deste produto nos pátios de algumas indústrias de adubo.

Na mesma época, empresas fizeram a divulgação do produto como sendo um corretivo de solo. A estratégia de comercialização era simples: comprava-se o adubo, e recebia-se gratuitamente o gesso agrícola.

É condicionador

Já naquela época, órgãos governamentais, alertados por especialistas, acabaram barrando o registro deste produto como corretivo. Parte das empresas de adubo realizou novos estudos, pois o problema continuava – elas não tinham aonde estocar o subproduto. Nessa segunda etapa, o governo permitiu o registro, mas não como corretivo, e sim como um condicionador do solo.

“Hoje usa-se o gesso agrícola para melhorar a parte inferior a 20 centímetros do solo, carreando nutrientes a esta profundidade. Mas deve-se em primeiro lugar fazer a calagem e posteriormente aplica-se o gesso”, afirma João Bellato Júnior, presidente do Sindical. Calagem é o nome técnico dado à correção da acidez do solo.

O acompanhamento profissional é necessário, reforça o Sindical. Sem eles, o produtor rural corre riscos. O uso indiscriminado do gesso pode esterilizar a camada superior do solo, além de, em alguns casos, elevar os níveis de acidez do solo. “Deve-se ter muito cuidado no uso do gesso agrícola em função de sua toxicidade”, relata Bellato.

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