Congresso de Fertilizantes confirma necessidade de recuperação dos solos
Com o tema “Solos e Fertilizantes, Pilares da Segurança Alimentar Global”, foi aberto na terça-feira, dia 25 de agosto, em São Paulo, o 5º Congresso Brasileiro de Fertilizantes. Promovido pela Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), o evento reuniu os maiores especialistas no tema, além de autoridades públicas e lideranças do agronegócio.
Para o presidente do Conselho de Administração da Anda, George Wagner Bonifácio e Sousa, o evento acontece num momento de grande incerteza econômica e política do país, que torna ainda mais urgente as reivindicações do setor.
Política adequada de seguro agrícola, melhor infraestrutura de logística, estratégia adequada de acordos comerciais com países relevantes e uma ampla reforma trabalhista que leve em conta as características do agronegócio são as principais reivindicações.
Presidente do Sindicato das Indústrias de Calcário e Derivados para Uso Agrícola do Estado de São Paulo (Sindical), João Bellato Júnior esteve presente. Representou também a diretoria da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola, da qual é vice-presidente.
O convite para a participação partiu da Anda. Durante o evento, Bellato parabenizou George Wagner pela iniciativa.
O cientista Paul Fixen, vice-presidente sênior do International Plant Nutrition (IPNI), proferiu palestra na qual destacou a importância das boas práticas com o manejo do solo. “O mundo terá de produzir nos próximos 50 anos a mesma quantia de alimentos que já foi produzida ao longo da história, desde que o homem desenvolveu a agricultura”, disse.
Estudos indicam que fazendas com gestão adequada dos solos produzem até 58% mais. Porém, os dados atuais preocupam. “40% dos solos do mundo estão degradados”, informou. Em algumas regiões da África, essa degradação atinge 65%. Estima-se que metade dos solos agriculturáveis no mundo foi perdida nos últimos 150 anos.
Segundo Fixen, de 40% a 60% da produção mundial de alimentos depende do uso de fertilizantes. “O que temos de fazer hoje é lançar mão de toda a tecnologia ao nosso dispor para fazer uma adubação cada vez mais eficiente, quase que adaptada a cada planta, de forma a aumentar a produtividade sem desperdiçar insumos e, ao mesmo tempo, evitar impactos ambientais decorrente de adubação excessiva e desnecessária”, concluiu.
Durante a fala de Fixen, a questão do calcário também foi abordada – Leia aqui.
Para José Luiz Tejon, diretor do Núcleo de Estudos de Agronegócio da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), a rápida transformação do planeta e do agronegócio demanda um novo posicionamento do mercado. “Precisamos aprender a conversar com o cliente de nosso cliente, que é o consumidor final. Não podemos mais manter o nível de informação apenas dentro da cadeia”, afirmou.
Um exemplo dessa mudança é que o consumidor final está cada vez mais atento com o que ele se alimenta, crescendo a importância em conhecer a origem do alimento consumido, de como é seu processamento, e se ele é sustentável. Tejon falou sobre o tema durante palestra no evento.
(Com informações da Assessoria de Imprensa da Anda)