Quantidade de calcário aplicado em SP precisa ser revista
O agronegócio paulista tem um desafio enorme pela frente. A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento estima que perto de 46% das propriedades produtivas paulistas não realiza análise de solo.
Ponto inicial para uma correção da acidez de solo, a análise aponta as quantidades necessárias de insumos, como o calcário. Ao mesmo tempo, o percentual levanta dúvida sobre os resultados da correção feita em áreas que tiveram a terra analisada. A dúvida recai sobre a quantidade de calcário aplicada nos solos do estado.
Nacionalmente, a tese de revisão dessas quantidades ganha força. O tema é o campeão de dúvidas, quando se fala de calagem. As quatro principais perguntas do Google sobre a aplicação de corretivos envolvem as seguintes questões:
. Como calcular a quantidade de calcário?
. Qual a quantidade de calcário por metro?
. Qual a quantidade de calcário por cova?
. Como aplicar o calcário na terra?
São Paulo tem cerca de 339 mil Unidades de Produção Agropecuária (UPA), segundo a Secretaria de Estado da Agricultura. Somente 46,7% realizam análise de solo e 32,87%, calagem e adubação. O cenário prejudica a produtividade agrícola estadual.
No ano passado, o estado consumiu 5,5 milhões de toneladas de calcário. Na avaliação do Sindical, deveria estar perto de 7,5 milhões. “A Secretaria da Agricultura tem demonstrado disposição em divulgar mais a importância da calagem”, afirma o presidente do Sindical, João Bellato Júnior, que também dirige a associação nacional do setor.
E o que os especialistas falam?
Pesquisador da Embrapa, Rafael Nunes diz que há vários cenários. Um deles é a acidez ainda notada em áreas nos vários estados brasileiros, como nos solos de cerrados – também presentes em São Paulo. E terras menos ácidas são mais estáveis em épocas de adversidades climáticas.
Nunes ainda reforça que os fertilizantes rendem mais em solos corrigidos. O pesquisador da Embrapa resumiu sua palestra no Encontro Nacional de Produtores de Calcário (Enacal) nesse vídeo da Abracal.
Na íntegra, a palestra de Nunes no Enacal está nesse link, a partir de 53min30seg.
Já No podcast “Papo de Calcário”, Jairo Hanasiro, engenheiro agrônomo e especialista em solos, atrelou os bons resultados de estados como o Mato Grosso ao salto na quantidade aplicada de calcário. A aplicação em maiores profundidades traz esse ganho.
A fala de Hanasiro sobre o tema está nesse vídeo, a partir de 29 minutos.