Simpósio Cana reforça revisão para cima da dosagem de calcário
A revisão das quantidades de calcário usadas na calagem em culturas tradicionais ganha força entre os pesquisadores. A utilização de maior quantidade desse insumo no plantio de cana-de-açúcar foi apontada como uma boa alternativa para maiores produtividades em um dos principais eventos sobre o setor, o Simpósio Cana.
O evento ocorreu nos dias 17 e 18 de julho, em Piracicaba. Em sua 11ª edição, o simpósio reuniu estudantes, profissionais e pesquisadores para discutir a tecnologia de produção de cana. A organização é do Grupo de Apoio à Pesquisa e Extensão (GAPE), composto por professores e graduandos da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP).
Para o professor doutor Carlos Crusciol, da Unesp, “a recomendação de correção da acidez do solo foi desenvolvida num cenário em que a cana era cultivada sob preparo convencional e sobre a colheita com queima. No atual cenário, o acúmulo de palhada no solo promove um aumento de massa orgânica e de ácidos húmicos que promovem a compensação de bases”.
Crusciol reforça, numa referência ao calcário: “fica o questionamento se o setor sucroenergético também não deve seguir o mesmo princípio hoje utilizado no cultivo de grãos, usando um insumo altamente disponível em território brasileiro”.
O professor Rafael Otto, da Esalq/USP, veio com a pergunta e a resposta. “Deve-se dobrar a dose de calcário? Sim, pelo incremento obtido em produtividade quando comparado à recomendação convencional”.
O GAPE publicou o resumo das palestras em seu perfil no Instagram. Clique aqui e confira.
Otto também defendeu a tese em sua participação no Fórum Nacional sobre Corretivos de Solos, realizado no ano passado em Cuiabá (MT), pela Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal). O Sindical é filiado à Abracal.
Clique aqui e assista à fala de Otto no Fórum, a partir de 2h27min.
Vale frisar que o processo de calagem requer avaliação técnica, após a análise de solo.