Mercado valoriza terras agrícolas que investem para ter solo de qualidade

As mensagens eletrônicas geradas pelo Sindical trazem uma frase relevante: “Quem dá valor à terra que tem usa calcário”. A afirmação ganha ainda mais força com a previsão de mudanças no agronegócio brasileiro nos próximos anos.

Investimentos na construção da fertilidade do solo garantirão não somente maior colheita e rentabilidade para quem planta. Também devem proporcionar valores mais consideráveis para propriedades agrícolas.

O mercado sinaliza ainda que fazendas sem investimentos serão desvalorizadas. A tendência é que parte dos produtores rurais com esse perfil venda suas áreas para os que sejam rígidos em processos produtivos – como adoção da tecnologia e a calagem regular.

Nota divulgada no último dia 17 de novembro pela Federação dos Engenheiros Agrônomos de Mato Grosso (Feagro) diz que o mercado de terras rurais no Brasil “passa por transformação com aumento da seletividade e avanço da agricultura”. O material cita que os “os bons preços das commodities, a expansão do plantio e a valorização marcaram os últimos anos”.

O preço médio do hectare no país quase dobrou em três anos, atingindo R$ 55 mil no ano passado. Sul e Sudeste apresentaram o hectare agricultável com média entre R$ 80 mil e R$ 120 mil; Centro-Oeste, de R$ 60 mil a R$ 80 mi; e o Nordeste, de R$ 40 mil a R$ 60 mil.

Uma parcela dos negócios refletiu a busca crescente por terras como ativo contra a inflação. Porém, tendências inéditas no setor entraram nos números finais.

No Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil, pequenos e médios pecuaristas “que não conseguem competir” puseram as terras à venda. Quem compra, geralmente planta milho e soja.

Solo melhor é atrativo

O mercado também prioriza ativos com maior qualidade em solo, clima, logística e infraestrutura. Solo com maior percentual de argila, boa disponibilidade hídrica e topografia favorável são os preferidos e, por isso, mais valorizados.

A compra geralmente é feita por investidores com capital e tecnologia para melhorar o cultivo agrícola nesses espaços.

E os negócios estão cada vez mais baseados em dados. O Atlas do Mercado de Terras, lançado pelo Incra, trouxe novas ferramentas. As informações, coletadas desde os anos 1990, permitem melhores decisões.

A fertilidade em um país com solos ácidos como o Brasil é um desafio. A Abracal, que reúne os produtores de calcário, estima que o consumo no país deveria estar perto de 80 milhões de toneladas anuais, ante os 56 milhões do ano passado.

O mesmo ocorreu em São Paulo: foram 5 milhões de toneladas aplicadas no ano passado, e o mínimo ideal seria de 6,5 milhões.

A Secretaria de Estado da Agricultura estima que somente 32,8% das propriedades rurais paulistas adotam a calagem. A calagem, com aplicação de calcário, fertilizante e gesso, entre outros, é fundamental para o bom cultivo.

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