Fertilizantes afetam faturamento do agro e reforçam atenção para qualidade do solo

A elevação dos custos do agronegócio no Brasil está reforçando as vantagens para os produtores rurais que cuidam da qualidade do solo. Processos como a calagem, feitos planejadamente, garantem hoje melhor rendimento dos fertilizantes nas culturas.

Os preços dos fertilizantes preocupam o setor. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aponta que o valor consumido pelas importações de fertilizantes cresceu 178% entre janeiro e maio de 2022, na comparação com o ano passado.

Já o volume importado subiu apenas 16% no período. O aumento expressivo no preço desses insumos trazidos do Exterior ocorre em meio à guerra na Ucrânia.

Como resultado, a margem de faturamento do agricultor, já bastante apertada, fica ainda menor. As oscilações de preço de mercado em culturas como soja e milho ampliam as incertezas.

A calagem emprega insumos como calcário e gesso agrícolas, de custo bem menor do que adubo. Aplicados de forma tecnificada, eles melhoram o rendimento dos fertilizantes no solo.

Correção da acidez vem antes

“Temos reforçado essa mensagem entre nossos clientes. Aplicar fertilizante num solo sem correção de acidez significa, quase sempre, desperdício. O calcário é um dos insumos que garantem que o fertilizante reagirá melhor no solo”, afirma o presidente do Sindical, João Bellato Júnior.

O conflito da Ucrânia, numa região produtora de fertilizantes, impacta o campo no país. Em debate na Câmara dos Deputados, no dia 28 de junho, o diretor da CNA, Reginaldo Minaré, destacou a relevância da Rússia – envolvida no conflito – para o abastecimento das fórmulas com NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio), as mais usadas na agricultura brasileira.

“A importação brasileira de NPK fica entre 85% e 90% do que a gente usa. Em 2021, importamos 41,6 milhões de toneladas, dos quais 22,5% dos nitrogenados, 20,3% dos fosfatados e 28,7% dos potássicos vieram da Rússia. A tendência é que não teremos dificuldades em estar abastecidos de fertilizantes para manter a produção”, afirmou, segundo relato da Agência Câmara.

Custo repassado

A questão é o preço dos fertilizantes. “Infelizmente é um custo que precisa ser repassado. A agricultura sempre trabalha com uma margem muito estreita de lucro”, afirmou.

O Plano Nacional de Fertilizantes prevê incremento às indústrias nacionais. No entanto, há barreiras para medidas emergenciais. Faltam estudos sobre onde estariam as jazidas de matéria-prima e se a exploração é viável. Hoje, somente 26% do território nacional está mapeado.

O tema chegou ao SolloAgro Summit, evento que reuniu profissionais, empresas e pesquisadores nos dias 21 e 22 de junho, em Piracicaba. Profissionais manifestaram preocupação com o cenário, diante dos questionamentos dos agricultores.

Os comentários apontaram que insumos como calcário e gesso devem ser incrementados no momento, até que surja uma solução para o custo do fertilizante.

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