Estado de São Paulo terá 2 eventos em 2026 para discutir déficit na correção da acidez de solo

O estado de São Paulo terá, em 2026, o “Ano da Correção da Acidez de Solo”. Dois eventos discutirão o déficit na aplicação de corretivos, situação que ocasiona perdas para a economia do estado, para agricultores e até mesmo entre os consumidores. A estimativa é que, para cada três toneladas de calcário aplicadas nas culturas paulistas, pelo menos uma tonelada deixa de ser utilizada.

Levantamento da Secretaria de Estado da Agricultura de São Paulo mostra que, das 400 mil Unidades de Produção Agropecuária (UPAs), somente 46,7% realizam análise de solo e 32,87% adotam a prática da calagem, que é uma etapa fundamental para um bom cultivo.

A secretaria tem estimulado as melhores práticas na construção da fertilidade do solo. As ações constam do programa “Solo + Fértil”, desenvolvido pelo governo paulista, com apoio da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal) e Sindicato das Indústrias de Calcário do Estado de São Paulo (Sindical).

O primeiro evento do “Ano da Correção da Acidez do Solo” será em março. Abracal e Sindical realizarão a terceira edição do Fórum sobre Corretivos de Solo, em Piracicaba (SP). Já em outubro, o estado sediará o Encontro Nacional dos Produtores de Calcário, o Enacal.

Coordenador técnico do Fórum, Jairo Hanasiro diz que o evento permitirá discutir os corretivos a partir da sinergia com itens como os fertilizantes e bioinsumos – clique aqui.

Resultados poderiam ser melhores

O agronegócio respondeu por 40,3% das exportações paulistas entre janeiro e setembro desse ano, divulgou a secretaria. Porém, esses números poderiam ser ampliados, caso a calagem – que envolve a aplicação de insumos, como o calcário – fosse ampliada. “O desafio está principalmente entre os agricultores de pequeno e médio portes”, afirma João Bellato Júnior, que preside a Abracal e o Sindical.

A calagem traz diversos benefícios. Um deles é a recuperação de terras afetadas pela erosão. Também permite ampliar a produtividade, gerando mais alimentos e energia na mesma área plantada. As culturas ganham ainda maior resistência diante dos extremos climáticos, com a falta de chuvas no estado.

Os estados brasileiros estão preocupados com o baixo consumo de corretivos de acidez do solo, situação que prejudica a produtividade do agronegócio. O tema pautou o Encontro Nacional dos Produtores de Calcário (Enacal 2025), realizado no interior do Rio Grande do Sul no final de outubro.

O Brasil consome 58 milhões de toneladas de calcário, e o ideal seria 90 milhões. O Sindical aponta que o consumo ideal para São Paulo estaria em 6,5 milhões de toneladas, ante os atuais 5 milhões.

0 0 votos
Avaliação do Artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x