
Crescer apoiando o pequeno agricultor
O calendário marcou, em 24 de maio, o Dia Nacional do Calcário Agrícola. A data tem vários significados.
Antes de tudo, é bom recordar que a economia paulista tem forte laços com o agronegócio. Ao mesmo tempo, tem um desafio enorme pela frente. A Secretaria de Estado da Agricultura fez um estudo recente que mostrou que 46% das propriedades rurais paulistas não realizam análise de solo. Só 33% aplicam calcário e adubo.
O Brasil apresenta solos naturalmente ácidos. Com a análise, o engenheiro-agrônomo saberá como estão os nutrientes do solo e calculará a quantidade necessária de corretivos de acidez para que o plantio seja produtivo.
Em parte, o dado explica o consumo estadual de apenas 5,5 milhões de toneladas de calcário em 2022. Esse volume deveria estar perto de 7 milhões. Para reverter esse quadro, temos agido. Levamos palestras às faculdades e integramos grupos de debate na Fiesp e órgãos públicos, reforçando a importância da fertilidade do solo.
Quanto ao consumo, estamos otimistas esse ano. Os canaviais precisam de reforma. Já o setor citrícola sabe que a planta precisa estar bem nutrida para enfrentar pragas e variações climáticas. Também avança no estado o plantio de grãos, como a soja.
O baixo consumo de corretivos está atrelado ao pequeno negócio, com menos acesso à tecnificação e sofre mais com a alta nos custos de produção. O risco de os pequenos agricultores, a maioria deles familiares, encerrarem suas atividades está presente.
Sentimos no governo estadual uma preocupação com esse cenário, pois São Paulo precisa ganhar, de forma sustentável, maior protagonismo no agronegócio nacional.
Para isso, há um projeto, denominado “Solo + Fértil”, formulado por técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura, e que tem nosso apoio.
O projeto já ajudaria na melhoria dos pequenos negócios, ao lado de práticas como o estímulo às Casas de Agricultura dos municípios. Nesse sentido, a participação das prefeituras também é importante.
Ações simples como o “Solo + Fértil”, que esperamos que seja lançado em breve, trazem grandes resultados. Pequenos produtores de leite do Vale do Ribeira viram a renda crescer e a sustentabilidade ambiental se ampliar, a partir da melhoria da qualidade do solo.
Com certeza, esse resultado chegará à cidade, por meio de maior consumo de produtos e serviços no comércio e na indústria. Todos saem ganhando!
João Bellato Júnior
Presidente do Sindicato das Indústrias de Calcário e Derivados para Uso Agrícola do Estado de São Paulo (Sindical)