Cana, laranja e grãos: Fórum destaca calagem na implantação de culturas

São Paulo tem apresentado bons resultados, quando falamos das principais culturas desenvolvidas pelo agronegócio no estado. Porém, os resultados poderiam ser melhores se os procedimentos para a construção da fertilidade do solo fossem ampliados.

Uma dessas práticas é a calagem, que envolve a correção da acidez da terra com o uso de insumos, como o calcário. O consumo de calcário ainda está 30% abaixo do necessário na agricultura paulista.

Diante da acidez natural do solo, as principais culturas do estado – como laranja e cana-de-açúcar – precisam de um olhar especial quando da implantação do cultivo. Esse foi um dos principais pontos do 2º Fórum sobre Corretivos de Solo, realizado no último dia 26 de março, em Piracicaba (SP).

Cerca de 300 profissionais de vários estados participaram do evento, realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Calcário (Abracal) e sindicatos estaduais do segmento – incluindo o Sindical. O evento foi organizado pelo Grupo de Apoio à Extensão e Pesquisa (Gape), da Esalq/USP.

Especialistas como Godofredo Cesar Vitti (SP); Silvino Guimarães (MG); Eduardo Caires (PR); Leandro Zancanaro (MT) e Pedro Henrique Luz (SP) fizeram palestras. Para São Paulo, as falas de Vinícius Nascimento, da CATI e da Secretaria da Agricultura paulista, e do coordenador técnico do Fórum, Jairo Hanasiro, chamaram a atenção.

Calcário na cana e na laranja

Nascimento recordou a pesquisa da secretaria feita entre produtores. Somente 46,7% das propriedades no estado realizam análise de solo, prática inicial para a correção de acidez, e apenas 33% fazem calagem.

Essas informações guiam o programa “Solo + Fértil”, desenvolvido pela CATI e secretaria paulista. Clique aqui e conheça a página do programa em nosso site.

Hanasiro, por sua vez, detalhou duas pesquisas recentes da Embrapa a respeito dos bons resultados gerados pela calagem.

Fornecer mais nutrientes ampliará a produtividade em áreas que utilizam o Sistema de Plantio Direto. Uma das ações é a aplicação de calcário em profundidades superiores a 20 cm, na implantação da cultura. Em etapas posteriores, a calagem requer manutenção.

Os temas se relacionam com a agricultura paulista. A cana e a citricultura, seus principais produtos, são culturas perenes e o preparo de suas áreas se assemelha ao Plantio Direto. O plantio de grãos, que avança no estado, também requer cuidados na implantação. A calagem também pode diminuir as perdas geradas pelos incêndios criminosos nos canaviais.

Ainda no Fórum, as palestras reforçaram a necessidade de revisão das dosagens mínimas de calcário aplicadas. Em 2023, o estado consumiu perto de 5 milhões de toneladas de calcário. As recomendações básicas apontam que esse volume teria que ser pelo menos 30% maior.

Porém, mesmo esses dados já podem estar desatualizados, 30 anos após o início da prática do Plantio Direto.

“Seguiremos trabalhando em conjunto com nossas Associadas e órgãos públicos para a divulgação da calagem. Assim, os agricultores terão maior rentabilidade e produtividade na mesma área plantada”, destacou João Bellato Júnior, presidente da Abracal e do Sindical.

Clique aqui e veja os conteúdos do Fórum no site da Abracal.

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