Futebol gramado 11b

Calcário em gramado para futebol: garantia de “bola rolando”

Em períodos de Copa do Mundo, a qualidade do gramado utilizado para as partidas impressiona quem assiste aos jogos e até mesmo os praticantes do futebol como hobby. No Brasil, o calcário é um parceiro para garantir a qualidade na hora de a bola rolar.

Reunindo nutrientes como cálcio e magnésio, o calcário tem sua imagem geralmente relacionada à produção agrícola. Sua aplicação corrige a acidez do solo, num processo chamado “calagem”.

“Nas culturas, a calagem e adubação são importantes para garantir uma boa produtividade. Nos gramados, as características qualitativas pesam mais, como uma boa coloração, densidade e resistência”, conta Jairo Hanasiro, engenheiro agrônomo pela Esalq/USP, com especialização em Fertilidade de Solos e Nutrição de Plantas.

A importância passa pelos jogadores e público. “Os gramados no futebol devem permitir um bom desenvolvimento do jogo e reduzir o impacto ao atleta. Também há o aspecto visual para os torcedores, sendo necessário que ele esteja adequadamente suprido com os nutrientes minerais para que possa ter um bom crescimento e manter a sua qualidade”.

A grama, em seus vários tipos, possui exigência nutricional semelhante às demais plantas. No Brasil, ao contrário da Rússia, sede da atual Copa, o calcário se mostra fundamental, já que solos em países tropicais costumam ser mais ácidos.

Os gramados esportivos geralmente surgem da substituição da camada superficial do solo por um substrato com base arenosa que evita alagamentos e reduz a compactação vinda do intenso pisoteio.

“Esses gramados exigem maiores cuidados com a frequência de adubação. A base arenosa tem menor fertilidade e menor capacidade de reter os nutrientes da adubação”, alerta o engenheiro.

Calcário na implantação

Os gramados são culturas perenes – há pouca movimentação do solo após a implantação. “Pelas características do calcário, recomenda-se que a correção da acidez ocorra quando da implantação. Assim o calcário tende a ser incorporado em maior profundidade”, destaca Hanasiro.

Em um ponto, gramado para futebol e plantação são semelhantes. “Para as recomendações de quantidades na calagem e adubação, são necessárias análises periódicas de solo”, conta o engenheiro. O acompanhamento técnico no monitoramento também ganha força.

A calagem deve constar ainda do preparo do substrato de cobertura. A condição de acidez do solo e a espécie de grama guiarão a dose de corretivo, normalmente buscando elevar a saturação de bases a 60 ou 70%.

Para a manutenção, calagem e adubação virão em dosagens menores e mais frequentes.

Manchas ou queima do gramado podem ser evitadas, quando da adubação de cobertura. Este procedimento deve ser uniforme e seguido de irrigação, ou, segundo o engenheiro, realizado em época chuvosa.

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